A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu 21 integrantes de uma
organização criminosa envolvida no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. A
operação aconteceu na manhã desta terça-feira (23) em diversas cidades no
Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Alagoas.
Dos presos, 17 foram em razão de mandado de prisão e cinco em
flagrante por tráfico de drogas e posse de arma de fogo, sendo que um dos
indivíduos com mandado também foi autuado em flagrante delito. Durante o
cumprimento dos mandados foram apreendidas armas, veículos, documentos,
celulares e dinheiro.
Cerca de 150 policiais civis participam da operação, com o apoio
das polícias civis dos respectivos estados. Além disso, a deflagração contou
com o apoio de helicóptero e cães policiais da PCPR. Os mandados estão sendo
cumpridos simultaneamente em Curitiba, Pinhais, São José dos Pinhais, Cascavel,
Lapa e Piraquara, no Paraná; em Balneário Camboriú, Itapema e São Francisco do
Sul, em Santa Catarina; em São Paulo e Paranapanema, em São Paulo; e em Maceió,
capital de Alagoas.
As investigações de alta complexidade iniciadas pela PCPR em
maio de 2022 revelaram que os integrantes do grupo lavavam dinheiro por meio de
empresas de revenda de veículos de luxo, lojas no ramo alimentício e barbearias
localizadas em Curitiba, Santa Catarina e São Paulo.
“Pessoas físicas e jurídicas eram utilizadas por esses
traficantes para dar uma falsa aparência de legalidade nas movimentações
financeiras de todos os investigados. Eles viviam uma vida de luxo, mas tudo
era permitido a partir dessa movimentação financeira através de empresas de
revenda de veículos, mercados, lanchonetes e barbearia”, explica o delegado da
PCPR, Victor Loureiro.
Durante o período investigado, a organização criminosa
movimentou mais de R$ 252 milhões. Uma das empresas de revenda de veículos foi
responsável por movimentar mais de R$ 30 milhões em benefício do líder da
organização. Além disso, foram identificadas práticas de ocultação de
patrimônio através da aquisição de veículos e imóveis de luxo.
A PCPR também focou na descapitalização das associações
criminosas. As medidas incluem bloqueio de contas bancárias, apreensão de
veículos e ordens de sequestro de bens. Uma chácara no valor de R$ 2 milhões
foi sequestrada mediante ordem judicial.
O delegado completa que essas ações visam enfraquecer
financeiramente a estrutura da organização criminosa.
“Eles tendo poder financeiro eles conseguem se reerguer depois
de eventual ação da polícia. Justamente descapitalizando o grupo eles ficam sem
poder de negociação para continuar negociando o transporte de drogas. Sem o
poder financeiro eles não conseguem financiar armas e dar a magnitude de uma
organização criminosa e a periculosidade para se manter atuante”, finaliza
Loureiro.
A investigação também apontou o envolvimento do grupo criminoso
em homicídios de narcotraficantes rivais, motivados pela disputa pelo controle
do tráfico de drogas no Bairro Cajuru, em Curitiba. Pelo menos sete homicídios
ocorridos em Curitiba podem estar relacionados ao grupo investigado e à disputa
pelo controle do tráfico na região.
Um dos líderes da organização, Bruno Gustavo Felisbino, de 36
anos, foi morto com pelo menos 20 tiros, no dia 28 de abril deste ano, no
estacionamento do shopping Pátio Altiplano, em João Pessoa. O crime ocorreu por
volta das 15h30 no subsolo do prédio. Natural do Paraná, Felisbino morava na
Paraíba há cerca de seis meses.
As diligências seguem visando a completa desarticulação da
organização criminosa e a interrupção de seus esquemas de lavagem de dinheiro.
A operação de hoje é vista como um passo crucial para enfraquecer o poder do
grupo. A investigação continua a fim de identificar e prender outros
envolvidos.